Cid disse à PF que ordem para falsificar certificados de vacinação partiu de Bolsonaro

Cid disse à PF que ordem para falsificar certificados de vacinação partiu de Bolsonaro
Foto: Reprodução/Alan Santos/PR

 

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente coronel Mauro Cid disse à Polícia Federal que partiu do então presidente da República a ordem para fraudar certificados de vacinação contra a Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde.

 

O relato, colhido no âmbito da delação firmada pelo militar com a PF, foi revelado pelo colunista do Uol Aguirre Talento nesta segunda-feira (23).

 

Em um dos depoimentos, Cid assumiu sua participação e também implicou o ex-presidente no esquema. De acordo com a reportagem, o tenente-coronel teria dito que providenciou a documentação após Bolsonaro solicitar a confecção de cartões de vacinação falsos em seu nome e da sua filha Laura.

 

Os dados falsos do então presidente e Laura foram inseridos por funcionários da Prefeitura de Duque de Caxias no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro de 2022. Foram lançadas falsamente, em nome deles, duas doses da vacina Pfizer, por meio da inserção de dados realizada às 18h59 e 19h daquele mesmo dia.

 

No dia seguinte, Cid emitiu os certificados de vacinação e, conforme ele contou à PF, entregou nas mãos de Bolsonaro. Agora, os investigadores tentam entender qual seria a finalidade dos cartões de vacinação para o ex-capitão.

 

A principal hipótese é que os documentos tenham sido emitidos para que o então presidente e sua filha não fossem barrados ao sair do País, uma vez que os Estados Unidos exigiam, para entrada no país, comprovante de vacinação ou a realização de teste negativo de Covid-19.

 

Procurado pelo Portal Uol, o advogado de Bolsonaro Fábio Wajngarten negou as acusações feitas por Cid. “Eu garanto que o presidente nunca pediu nem pra ele, nem para a filha dele. Até porque o mundo inteiro conhece a posição dele sobre as vacinas, e o visto dele, como presidente da República, não necessitava de comprovante de vacina”, disse.

 

As declarações do ex-ajudante de ordens contrariam a versão apresentada por Bolsonaro à PF. Em maio, o ex-presidente declarou que não conhecia nem orientou fraudes em cartão de vacinação para seu uso ou de familiares

 

 

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